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domingo, 29 de janeiro de 2012

A Contribuição da Psicologia para a Escola Tecnicista

A Didática, na tendência tecnicista, enfatizou o caráter práticotécnico do ensino, desconsiderando, como as tendências anteriores, os condicionantes sociais. No dizer do professor Saviani (1983), a vida dos professores ficou mais complicada quando a tendência tecnicista foi implantada oficialmente com a promulgação da Lei nº 5.692/71 para o ensino de 1º e 2º Graus (denominação da época). O tecnicismo exigia a aplicação de uma metodologia extremamente sofisticada e distante da realidade da maioria dos professores das escolas brasileiras. Além do que, a ênfase na técnica, no processo de ensino, gerou um grande esvaziamento nos conteúdos, o que contribuiu enormemente para a desestruturação da educação no nosso país. As teorias apresentadas até então, segundo a Psicologia, apóiam-se em diferentes concepções do homem e do modo como ele constrói o conhecimento. Esse processo de apropriação do conhecimento enfatiza ora os fatores de interação internos (endógenos), ora os externos (ambientais), ao que os estudiosos denominam de abordagens inatistas (importância dos fatores endógenos) ou ambientalistas (ação do meio e da cultura sobre a conduta humana). 
  A escola liberal tecnicista atua no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando-se diretamente com o sistema produtivo; para tanto, emprega a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse principal é, portanto, produzir indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho, não se preocupando com as mudanças sociais. 
  A escola tecnicista, baseada na teoria de aprendizagem S-R, vê o aluno como depositário passivo dos conhecimentos, que devem ser acumulados na mente através de associações. Skinner foi o expoente principal dessa corrente psicológica, também conhecida como behaviorista. Segundo RICHTER (2000), a visão behaviorista acredita que adquirimos uma língua por meio de imitação formação de hábitos, por isso a ênfase na repetição, nos drills, na instrução programada, para que o aluno for me “hábitos” do uso correto da linguagem.
  A partir da Reforma do Ensino, com a Lei 5.692/71, que implantou a escola tecnicista no Brasil, preponderaram as influências do estruturalismo lingüístico e a concepção de linguagem como instrumento de comunicação. A língua – como diz  TRAVAGLIA (1998) – é vista como um código, ou seja, um conjunto de signos que se combinam segundo regras e que é capaz de transmitir uma mensagem, informações de um emissor a um receptor. Portanto, para os estruturalistas, saber a língua é, sobretudo, dominar o código.


domingo, 27 de novembro de 2011

A utilidade limitada da condensação e da automatização

  A condensação e a automatização do conhecimento e a aprendizagem associativa, são recursos eficazes e necessários diante de qualquer demanda ou necessidade de aprendizagem. Entretanto a aprendizagem do aluno se for meramente reprodutiva, consolida em hábitos e atitudes para a aprendizagem essencialmente passivos, receptivos, em que o aluno se acostuma a não tomar a iniciativa, a não se interrogar sobre o mundo, a esperar respostas já elaboradas para engoli-las em vez de tentar suas próprias respostas. Esses hábitos provocam pautas motivacionais e estilos de aprendizagem em que o aluno tende a não assumir  responsabilidade, o controle ou a autonomia da própria aprendizagem, que será sempre subsidiária das instruções do professor. Então, está impedindo-se que o aluno se envolva com sua aprendizagem e que aprenda a aprender.

A aprendizagem construtiva

  Trata-se de um processo em que o que aprendemos é o produto da informação nova interpretada à luz do que já sabemos. Não se trata de reproduzir informação, mas de assimilá-la ou integrá-la em nossos conhecimentos anteriores. É uma aprendizagem distinta, construtiva, que baseia-se em compreender o significado do material e não só em tentar "copiá-lo" literalmente com mais ou menos sorte. O compreender  é traduzir algo para as próprias ideias ou palavras. Aprender significados é mudar ideias como consequência de interação com nova informação.

Exigências da aprendizagem construtivista

  •  O material de aprendizagem tem que ter uma organização conceitual interna, que não constitua uma lista de elementos justa postos e sim uma conexão lógica ou conceitual com os outros elementos.
  • O material de aprendizagem tem que ter uma estrutura conceitual explícita, convém que a terminologia e o vocabulário não sejam excessivamente novos nem difíceis para o aluno.
  • É preciso dosar o surgimento de termos tão obscuros como contingência, conexionismo ou interferência pró-ativa e, se for necessário incluí-los, explicar e ilustrar seu significado de um modo compreensível para o leitor, quer dizer, conectando-o com seus conhecimentos prévios.

sábado, 26 de novembro de 2011

Aquisição de Regularidades

  
  Um primeiro processo associativo está formado para extrair regularidades do ambiente,estabelecendo sequências de previsões de fatos e comportamentos que nos permitam viver num mundo mais previsível e controlado.Realmente,a aprendizagem associativa de regularidades se baseia em detectar não apenas co-variações simples,como supunham as primeiras teorias da aprendizagem animal,como a de Pavlov,basiadas na idéias simples da contiguidade,como relações em todo o "espaço de contingências entre esses dois fatos.
   Nas situações de aprendizagem não há só sequências de previsões e de controle entre dois fatos,mas,a cada instante,nos são apresentadas muitas informações sobre as quais temos de aprender.As teorias implícitas,ainda que se sustentem em mecanismos de aprendizagem associativa,atuam também mediante  processos construtivos,já que nos fazem perceber a realidade através delas,de forma que organizam nossa percepção e ação no mundo,distorcendo nossas representações e desviando-nos do pincípio de correpondência.

A Integração De Associação e Construçao Num Sistema Complexo

As funções adaptativas da aprendizagem,que fazem de nosso sistema cognitivo uma máquina tão potente,são alcançadas através de dois processos complementares:um primeiro sistema de aprendizagem associativo.


E um segundo sistema de aprendizagem construtiva ou por reestruturação.
Ambos os sistemas de aprendizagem devem ser entendidos não só como complementares em boa medida como quanto uma continuação um do outro.Ainda que se possam encontrar diferenças radicais entre aprendizagem associativa e a construção de conhecimento também pode se achar uma continuidade entre eles.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

-A Automatização do Conhecimento-

    Outro processo de aprendizagem associativa é a automatização. À medida que se condensam e se recuperam juntas certas representações, numa só peça, vão sendo executadas com um consumo cada vez menor de recursos atencionais. Com a prática  repetida, certas aprendizagens se consolidam, na memória de trabalho, até o ponto de passarem de atividades controladas a rotinas automatizadas, sem controle consciente.
    Em psicologia cognitiva, diz-se que há tarefas( ler este livro, consertar a lavadora, avaliar o alcance dos objetos didáticos propostos) que consomem muitos recursos cognitivos. A partir de Shiffrin e Schneider(1977) afirma-se que essas tarefas requerem processos controlados.

     Processos Controlados:                                                  Processos Automáticos:

-consomem atenção;                                                     - mal consomem atenção;
- não são rotinas aprendidas;                                         - são adquiridos por aprendizagem;
-requer esforço consciente.                                            - não exigem esforço consciente.

                                                                 (Processos controlados)

                                                               ( processos automáticos)

-A Condensação da Informação-

  Um mecanismo de aprendizagem associativa para incrementar essa capacidade é condensar  aqueles elementos de informação que tendem a ocorrer juntos em forma de chunks ( fragmentos). Ao invés de aprender separadamente cada cifra.
                                                     3-1-5-2-8-1-4

   Podem ser agrupados ou condensados em três partes de informação ou chunks.
                                                      315-28-14

   O número que temos que recordar seja o mesmo a quantidade de informação se reduz a três unidades, o que facilita a tarefa. O relavante pra capacidade da memória de trabalho não é a quantidade de informação, mas o número de elementos independentes. Quando vários elementos se consdensam em um só, consomem os recursos correspondentes a um elemento.
   O mecanismo  mediante o qual se  condensa a informaçãoé a repetição!

   " Todos nós alunos, adquirimos conhecimentos condensados cujo significado na maioria das vezes jamais chegamos a vislumbrar. Às vezes, podemos elaborar um pouco mais esse material, mediante rimas, músicas e outros truques, facilitando sua recuparação."


Os especialistas lembram melhor por que agrupam as peças em diferentes chunks. Em troca, a imagem 2 corresponde a uma distribuição aleatória das peças.